Fernando Pessoa é pauta no Dia Mundial da Língua Portuguesa
No Dia Mundial da Língua Portuguesa, comemorado em 5 de maio, o Núcleo de Arte e Cultura (NAC), em parceria com a Assessoria de Relações Internacionais (ARI) e a Escola de Tradutores, promoveu o programa "Fernando Pessoa: o poema, a tradução e a força das palavras". A palestra foi realizada por Fernando Carmino Marques, professor titular de Língua e Cultura Portuguesa no Instituto Politécnico da Guarda, em Portugal, especialista no poeta.
O palestrante afirmou que Fernando Pessoa não precisa ser apresentado, por ser um dos poetas mais lidos no mundo inteiro. "A questão essencial na poesia de Fernando Pessoa é sobre o ser que se questiona sobre a própria existência. A pátria não é um território físico, não é um território geográfico. Para Bernardo Soares ou para Fernando Pessoa, a língua é parte essencial do eu e do ser. É evidente que o ser humano limita a língua, mas é por meio dela que nos exprimimos e exprimimos o mundo", falou Fernando Carmino.
Entre os temas abordados, o professor dissertou sobre a dificuldade em traduzir a poesia de Fernando Pessoa para outras línguas e, em particular, o heterônimo Alberto Caieiro. "A aparente simplicidade de sua obra levanta muitos problemas, principalmente da filosofia que está por trás da "não-filosofia" de Alberto Caieiro. Ele não é tão simples quanto parece, ou seja, qualquer tradutor será confrontado com essas questões", disse o palestrante. Ele mostrou trechos dos poemas e fez uma análise das deficiências da tradução. O docente português deixou claro que o objetivo da análise não é desvalorizar as traduções, mas destacar que ao longo de um século elas mudaram muito pouco, mesmo quando feitas coletivamente.
Sobre o evento
"O português é uma língua falada em diferentes continentes. Língua que nos aproxima em meio às diferenças. Destaco aqui também a presença de muitos tradutores e tradutoras e a importância dessa profissão neste contexto de promover pontes de diálogo e comunicação", declarou Cláudia Cezar, coordenadora do Núcleo de Arte e Cultura.
Para Damiana Rosa de Oliveira, ex-aluna do curso de Letras da Universidade Metodista de São Paulo e uma das fundadoras da Escola de Tradutores, é preciso resgatar a importância de celebrar nosso idioma: “A língua portuguesa é nossa pátria. Esta é uma oportunidade de nos unirmos e declararmos o amor que sentimos pela língua materna. Um momento para celebrar juntos a lusofonia. Ver todas estas associações juntas é incrível!”
Vanessa Martins, coordenadora da ARI, comentou que comemorar o Dia da Língua Portuguesa junto aos demais países lusófonos e amigos do idioma é privilégio digno de um poeta como Fernando Pessoa, que foi um mestre das palavras reconhecido mundialmente.
A palestra foi transmitida ao vivo pelo canal do YouTube do Núcleo de Arte e Cultura e registrou cerca de 400 visualizações. Ao final da aula, os participantes fizeram perguntas sobre o tema.