PPGE lança Dossiê 100 Anos de Paulo Freire e Edgar Morin com reflexões sobre suas práticas pedagógicas
Contemporâneos nascidos em 1921, um no Nordeste brasileiro outro na França, Paulo Freire e Edgar Morin, respectivamente, não se conheceram mas se aproximam como pensadores da educação. Não uma educação fragmentada e generalista, isolada do todo onde se vive, mas uma educação que emancipe o cidadão, que conscientize sobre direitos e classes sociais, que interligue os saberes para que o mundo faça sentido e responda às expectativas, desejos e interrogações dos seres viventes.
Para revisitar e refletir sobre esses dois pensadores e pedagogos, a Universidade Metodista de São Paulo lançou na noite de 16 de novembro último o Dossiê 100 anos de Paulo Freire e Edgar Morin, dois professores que amaram profundamente a educação, como define um dos 13 capítulos que compõem a obra. Organizada pelas professoras Elisabete Ferreira Campos e Izabel Cristina Petraglia, do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Metodista, a publicação procura resgatar os melhores conceitos de ambos sobre escolarização e como transformá-los em práticas pedagógicas.
O dossiê está disponível gratuitamente na Revista Educação & Linguagem no Portal Metodista de Periódicos Científicos e Acadêmicos.
Melhor energia acadêmica
“Um dossiê nos permite eleger temas e pensadores para concentrar nossa melhor energia acadêmica. Fecha com chave de ouro a série de eventos promovidos pelo PPGE num ano pandêmico e penoso para as políticas sociais e econômicas. Mas como nos dizem Freire e Morin, temos que fazer da educação um espaço em novidade”, afirmou professor Sérgio Marcus Tavares, coordenador do stricto sensu em Educação da Metodista.
Professora Elisabete Ferreira reforçou que, ao contrário dos que negam a Ciência e a vacina nestes tempos de pandemia do coronavírus, Freire e Morin pregam a dignidade humana, o respeito ao outro, o serviço à vida por meio da diversidade, da cultura popular, “do reconhecimento e valorização da educação para construir um mundo mais justo”, disse.
A obra reúne pesquisadores e articulistas de Brasil, Colômbia, Espanha e Portugal, este último representado por Joaquim Melro, que traz depoimento sobre educação de surdos, “um exemplo de segregação dos oprimidos por um sistema amortecedor das minorias sociais”, pontuou. Como Melro, cada autor fez breve apresentação do tema escolhido. Veja quais são os capítulos desenvolvidos:
- Educação para humanização: aproximações entre os pensamentos de Paulo Freire e Edgar Morin
- Freire e Morin: concepções que confluem para resgatar a humanização na educação
- Paulo Freire y Edgar Morin, dos profesores que han amado profundamente la educación
- Paulo Freire e Edgar Morin: duas vozes centenárias da educação
- A complementaridade de um diálogo entre Paulo Freire e Edgar Morin
- Edgar Morin e Paulo Freire e suas contribuições para a formação docente e a prática pedagógica
- Reconstruindo a tessitura comum com diálogo, luta e amorosidade
- Paulo Freire e Edgar Morin: combatentes da esperança e da utopia por um mundo novo possível
- Aproximações de Morin e Freire na busca da educação complexa e dialógica
- Educação como situação gnosiológica e via para pensar complexo
- Atualidade do pensamento pedagógico de Paulo Freire em tempos de pandemia (Covid-19): enfrentamentos e (re)invenções
- Uma leitura freireana sobre a Bnc-Formação: a persistência no erro epistemológico do bancarismo
- Formação ao longo da vida e humanização: dialética para o potencialmente possível
- O mundo depois: o surgimento de novos problemas - Maria Cândida Moraes
Acompanhe a íntegra do evento de lançamento.
Veja como foi a programação comemorativa de 100 Anos de Paulo Freire.
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