O exercício como auxiliar do envelhecer saudável
Em 1° de outubro é comemorado o Dia Internacional das Pessoas Idosas, data designada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em dezembro de 1990. Segundo a Divisão de População da ONU, em 2022 o mundo atingiu 8 bilhões de habitantes, 1,1 bilhão dos quais adultos com 60 anos ou mais, o que representa 13,9% da população mundial. A expectativa de vida nas nações desenvolvidas já ultrapassa os 85 anos.
Existem muitos estereótipos em relação ao envelhecimento. Por exemplo, o de que não é possível realizar certas atividades ou de que é uma fase em que as doenças começam a aparecer, tornando o idoso alguém dependente do próximo e que perde totalmente a autonomia e opções de escolha.
Por isso, o envelhecer saudável é um tópico importante da vivência por ser uma potencialização das habilidades e oportunidades para melhorar a saúde mental e física visando independência e qualidade de vida, sejam por exercícios, alimentação, atitudes positivas e convívio social, entre outros.
“De acordo com a biomecânica, o idoso que pratica atividade física com o próprio peso corporal possui vários benefícios para a saúde do seu esqueleto, ajudando os ossos a se manterem fortes, saudáveis, o que previne o aparecimento da osteopenia e osteoporose”, comenta o coordenador do curso de Educação Física da Universidade Metodista de São Paulo, Ibrahim El Rayek.
Professor Ibrahim explica que os exercícios precisam ser rotineiros, bastando ser dosada a intensidade. “Os exercícios também são muito importantes para as articulações, já que elas são as fontes de dores, incômodos e restrição de movimentação nos idosos. Elas precisam do estímulo para uma qualidade de vida melhor. E não precisa ser um movimento com carga, basta a movimentação normal como andar, correr, levantar os braços, exercícios de alongamento, mobilidade articular, tudo isso ajudará a ter uma vida ativa e saudável por muitos anos”, pontua.
Além dos ossos e articulações, os músculos também são favorecidos com a rotina de exercícios e também são a parte mais importante por serem considerados o motor do corpo. “Se inicia com uma atividade leve e depois de um tempo é preciso uma academia de musculação. Mas é uma musculação saudável, para que o praticante consiga realizar tarefas diárias e diminuir os índices de lesões. O corpo fica mais protegido e evita malefícios com a perda da força que gera perigo para os ossos, articulações, tendões e o músculo em geral”, orienta o docente da Metodista
Nervos são o quarto componente do sistema locomotor humano, que percebem a movimentação, controlam a contração muscular e os movimentos das articulações. Por isso, são os responsáveis por mostrar se o corpo está bem ou não com sinais de dor, por exemplo.
“Com a estimulação dos movimentos, o sistema nervoso começa a se desenvolver, nos dando uma coordenação motora, uma maneira de controle de velocidade, intensidade, altura, contração muscular, força e amplitude de movimento que resultam em pessoas idosas menos propensas a lesões rotineiras como quedas, desenvolver tendinites, problemas de encurtamento muscular, entre outros”, pontua.
É importante reforçar que não é apenas fisicamente que os exercícios ajudam: a saúde mental também tem avanços, como noites de sono melhores, um apetite melhor, mais disposição, e se tornando uma pessoa mais ativa e receptiva nos meios sociais. “É interessante para essa parte psicológica e social o idoso fazer exercícios em grupos porque gera um estímulo saudável de cooperação, competição e pertencimento a um grupo social”, finaliza o professor.
Programa Aquarela
A Universidade Metodista de São Paulo desenvolve atividades exclusivas para o público acima de 60 anos. O Programa Aquarela foi implantado em abril de 2012 com objetivo de criar ações voltadas para o conhecimento, valorização, integração e aproveitamento em potencial de pessoas na terceira idade no espaço universitário, promovendo um encontro entre gerações.
Uma das atividades que o programa realizou recentemente foi a palestra com a nutricionista especialista em longevidade saudável e diabetes Jéssica Gonçalves. A profissional abordou a temática Longevidade Saudável, que tirou dúvidas e trouxe conhecimento sobre viver bem na velhice.