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Podando galhos

por Roberta Parizotto Última modificação 2020-04-08T11:39:13-03:00
Reflexões - Pastoral Universitária

Mas os que esperam no Senhor renovam suas forças...

Isaías 40:31

 

Num sábado coberto por céu nublado no mês de novembro, algumas árvores do condomínio onde moro foram podadas.

Quando ouvi o som da motosserra, senti um aperto no coração... lembrei da minha infância, quando os funcionários da prefeitura podaram uma grande árvore que tinha bem na frente do nosso apartamento, ela ficava quase pelada... eu achava aquilo triste demais!

Era como se eles destruíssem aquela árvore linda, cheia de folhas... abrigo para pássaros, insetos... que gerava sombra para eu e minhas amigas brincarmos. Era uma linda árvore e de repente, estava lá... magrela, só galhos...

Neste sábado, quando ouvi o som dos galhos caindo, me veio a mesma sensação de agressão, de tristeza, de perda... de mudança.

Lutei para acreditar que aquilo seria bom, por isso resolvi entender um pouco mais sobre a importância e necessidade das podas.

Pesquisei na internet, perguntei ao subsíndico do prédio - quem solicitou o serviço - e perguntei também ao meu irmão Silas, que é engenheiro agrônomo.

Enfim, descobri alguns objetivos das podas:

Na agricultura, melhoram a produção, garantindo melhores frutos.

No paisagismo, objetiva a estética e melhora na floração...

Nas árvores comuns, visa a formação, moldagem da copa, renovação, crescimento e limpeza, garantindo assim que a árvore receba da melhor forma os nutrientes e a luz.

Por coincidência ou não, no início de dezembro, caminhando pelo campus da Universidade Metodista, avistei alguns funcionários podando uma pequena árvore.

Me aproximei e perguntei por que estavam fazendo aquilo, e rapidamente responderam:  para ela crescer, ficar mais alta!

Enfim, apesar de parecer um procedimento agressivo, a poda é necessária e visa o bem de toda a planta.

Trazendo para nossas vidas, podemos concluir que muitas vezes passamos por processos semelhantes. Quantas e quantas vezes precisamos abrir mão de coisas que nos parecem essenciais porque a vida simplesmente vem e toma... como uma poda.  

Deixamos, no decorrer da vida, pedaços da gente e quando isso ocorre, sentimos a dor do corte do rompimento!

Mas, como uma árvore, isso não gera morte... pelo contrário, gera mais vida!

Gera crescimento, frutos... por mais que na hora possamos não compreender.

Às vezes, como disse, sofremos as podas que a vida nos traz, e às vezes temos que abrir mão de práticas e atitudes para que possamos crescer, como manias, vícios, pensamentos etc.

Dizemos: sou assim mesmo e não vou mudar, é a minha personalidade.

Mas a vida se cria e recria quando deixamos que um galho que não produz fruto, ou que impede nosso crescimento, se desprenda e caia da nossa vida, abrindo assim espaço para o novo.

A seiva será direcionada para outros galhos, a luz pode chegar em lugares que antes não chegava. Crescemos como um todo, recebemos mais luz, podemos frutificar e florir.

Passei a entender as podas de forma diferente, elas são positivas!

Que assim seja na minha vida, na sua vida!

Que surjam novos galhos, novas folhas... flores e frutos!

Deus, o bondoso Criador, tem cuidado de nós e até quando sofremos podas, podemos concluir que é simplesmente por amor e zelo.

 

Professora Elaine Cezar

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