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Violência adoece alunos e professores, dizem palestrantes da pós em Educação e em Psicologia da Saúde

por Maria Luisa Marcoccia Última modificação 2024-03-18T13:28:04-03:00

Pessoas reprimidas explodem em agressividade em algum momento. Esse ato não é aleatório. “Ninguém acorda dizendo que vai trucidar os outros”, afirma a psicóloga e docente Rosa Frugoli, estudiosa da violência escolar que atinge alunos e professores. Segundo ela, os dois grupos são alvo hoje tanto da violência objetiva (física) quanto da violência simbólica (implícita), que resultam em enfermidades como ansiedade, depressão, síndrome do pânico, burnout, transtorno alimentar, apatia e agressividade.

“O aluno absorve cotidianamente ameaças, humilhação, preconceito, autoritarismo, punição, ofensa. Aí, leva uma arma para a escola”, citou prof. Rosa sobre o crescente número de ataques no Brasil e no mundo. O professor, por sua vez, também acumula tensão em classe, seja na forma de desrespeito, intolerância e até agressão física. E muitas vezes se culpa por isso.

Refletir sobre fatores que levam a esse cenário e sobre formas de enfrentamento foi o tema da aula magna que reuniu na tarde de 12 de março os cursos de Mestrado-Doutorado em Psicologia da Saúde e em Educação da Universidade Metodista de São Paulo, que teve também como palestrante o advogado e jornalista Pedro Campos, do Grupo Band. Eles falaram sobre Violência Escolar e Reflexos na Saúde Mental.

Pedro Campos comentou que há consenso na mídia profissional para não dar destaque a casos de violência nas escolas, como forma de não fomentá-la. Ele entende ser uma censura saudável, mas principalmente um compromisso com a responsabilidade social, não estimular esse tipo de notícia, relatando apenas o fato, sem dar nomes e detalhes do acusado.

“No Brasil não há punição para jovens que planejam e executam ataques. Só são fichados como menores infratores”, lamentou. Pedro Campos disse que a Polícia trabalha intensamente na varredura da deepweb (submundo da internet) para identificar e tentar reprimir antecipadamente os ataques.

Multifatores

Segundo a professora Rosa Frugoli, a violência tem causas multifatoriais, desde famílias desestruturadas como citou o jornalista Pedro Campos até o próprio ambiente escolar vandalizado fisicamente. Mas os efeitos dessa violência guardam larga distância entre famílias abastadas e as mais vulneráveis, com menos acesso a canais de proteção. Conforme o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, as denúncias de abuso e exploração contra crianças e adolescentes saltaram de 20,6 mil para 50,2 mil entre 2.022 e 2.023.

Para professores e diretores, os maiores fatores da violência são a depredação do ambiente e as condições insuficientes de segurança, ou seja, a própria escola. Para alunos, as causas são mais de ordem emocional, como bulling, difamação, injúria etc. Para prof. Rosa, só um trabalho coletivo, que reúna autoridades, academia e sociedade em rede, pode ajudar a enfrentar a situação.

Acompanhe a íntegra do encontro.

 

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A aula magna foi aberta pelo reitor da Metodista, prof. Ismael Valentin, pela diretora Nacional de Educação, prof. Adriana Barroso, pela diretora de Graduação, prof. Patrícia Innarelli, e pelo assessor de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação, prof. Josué Lazier. Todos falaram da importância da academia no auxílio às demandas sociais e às políticas públicas, além dos trabalhos que envolvam interdisciplinas e diversos cursos.

Também prestigiaram o encontro a diretora de Extensão Universitária e coordenadora do PPGE, prof. Alessandra Zambone, e a coordenadora do curso de Psicologia, prof. Valquíria Rossi, além da prof. Patrícia Sosa, que cuida do suporte tecnológico do PPGE. O evento trouxe ainda depoimento gravado da secretária de Educação de Diadema, Ana Lúcia Sanches, que falou sobre o programa Cultura de Paz desenvolvido nas escolas do Município.

Texto: Malu Marcoccia
Última atualização: 13/03/2024

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