Sem compromisso com ambiente, sociedade e governança, empresas vão para páginas policiais, diz especialista
A máxima de que é nas tragédias que se aprendem as lições cai como luva na necessidade atual de remodelar o mundo em relação à sustentabilidade. Apesar de não ser novo, o conceito ESG (Meio Ambiente, Social e Governança) escalou na preocupação de empresas e cidadãos a partir de escândalos como o da gigante de energia americana Enron, que trapaceou balanços financeiros e quebrou nos anos 1990, ou mais recentemente o desastre ecológico causado pela Vale em Brumadinho (MG) e o aparelhamento de corrupção desvendado pela Lava-Jato na Petrobras.
“As irregularidades estão levando empresas às páginas policiais”, adverte o consultor e docente nas áreas de Inteligência de Mercado, Controladoria e Finanças, Administração e Contabilidade, entre outros, Agnaldo Antonio dos Santos, que falou na aula magna das turmas de Gestão Ambiental EAD. Desde uma licença ambiental irregular, burla aos direitos trabalhistas ou discriminação de um cliente pela cor da pele, como ocorreu nas redes Assaí e Carrefour, o risco para uma empresa é financeiro e também de imagem.
“A ESG teve origem no clássico triple bottom line (economia, social e sustentabilidade), mas essa nova roupagem nos dá nova oportunidade de pesquisas e melhoria da vida humana”, afirmou Agnaldo Santos.
O especialista mostrou que o risco climático, por exemplo, é um risco de investimento, na medida em que uma empresa que prejudica o meio ambiente está sujeita a ter créditos cortados. “O capitalismo responsável e transparente se preocupa com isso”, sublinhou. Ele citou Larry Fink, CEO da Blackrock, maior gestora de fundos do mundo, que advertiu que sustentabilidade será critério para decisões de investimentos e empresas não comprometidas estão fadadas a ficar sem capital.
Acompanhe a íntegra da palestra sobre ESG na Gestão Ambiental do prof. Agnaldo dos Santos na noite de 12 de agosto último, em evento intermediado pela coordenadora do curso, prof. Tassiane Boreli Pinato.
