Reitor da Metodista defende maior interlocução entre agentes do ABC para redesenhar a indústria
Aproximar todos os agentes interessados em uma nova vocação industrial para o ABC é passo fundamental em qualquer estratégia que busque o crescimento econômico da região. “Precisamos ter uma conversa convergente, pois a indústria fala uma língua, o governo outra e a academia outra ainda”, resumiu o reitor da Universidade Metodista de São Paulo, professor Marcio Olivério, em debate promovido pela webTV do jornal Repórter Diário sobre o futuro industrial da região.
Segundo o reitor, a própria indústria desconhece como aproximar-se das universidades para trazer suas demandas em pesquisa e desenvolvimento, enquanto para a academia é relevante estar próxima do que o mercado necessita. Por isso, professor Márcio exortou os governos a incentivar consórcios de municípios e agências de desenvolvimento econômico – como já existe no Grande ABC – a fazer a aproximação entre as diversas pontas.
Também participaram dos debates o presidente do Ciesp-São Bernardo (Centro das Indústrias do Estado), Mauro Miaguti, e o presidente da Agência de Desenvolvimento Regional, Aroaldo Oliveira da Silva. Ambos concordaram que o ABC perdeu há tempos a interlocução entre poder público, parque produtivo, entidades de classe e academia.
“Precisamos de ações emergenciais para agregar valor e pelo menos manter as empresas que ficaram”, disse Miaguti. “Novas cadeias econômicas surgem no pós-pandemia da Covid-19 levando os países a uma corrida para se reindustrializarem, mas isso não acontece com o Brasil”, acrescentou Aroaldo, defendendo que a indústria regional também depende de políticas nacionais.
O reitor da Metodista também considera que outro ponto fundamental ao ABC é entender qual seu propósito, para então começar a planejar e definir novas diretrizes de desenvolvimento.
Formação escolar
Professor Marcio atribuiu à formação escolar deficiente a distância entre a maioria das vagas hoje ofertadas na área de tecnologia e a falta de mão-de-obra para supri-las. Considerou que essa deficiência vem desde a educação básica no Brasil e que não é possível corrigir apenas no ensino superior.
“Além disso, com a rapidez das mudanças tecnológicas, nem sempre há tempo de atualizar a matriz curricular antes de o aluno concluir seu curso. Ele precisa, então, de uma especialização para atender o mercado”, afirmou.
Veja aqui a íntegra do programa, que foi ao ar na tarde de 12 de maio último.
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