Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.

Projeto Filosofia Nômade debate sobre racismo na contemporaneidade

por Isadora Schmitt Caccia Última modificação 2021-12-02T13:47:02-03:00
Encontro on-line aconteceu no dia 30 de novembro último

A psicóloga Nívea Teodoro Vasconcelos foi a convidada do debate "As peles do racismo: leitura de Fanon". O encontro on-line faz parte do Projeto Filosofia Nômade, programa do curso de Filosofia da Universidade Metodista de São Paulo. O bate papo na  noite de 30 de novembro último teve a moderação do coordenador do curso, José Pascoal Mantovani.

O objetivo foi discutir as formas do racismo na contemporaneidade. De acordo com Mantovani, a proposta dos encontros (Filosofia Nômade) é mostrar o "movimento" do pensar. Ele afirmou que nos últimos anos tem se dedicado ao estudo de temas como gênero e racismo. "Nívia ajudou muito a ampliar minhas perspectivas sobre as peles do racismo. Compartilhamos a admiração pelo autor e pensamos em fazer um encontro sobre essas leituras", declarou o coordenador.

Nívia iniciou sua fala contando um pouco sobre a biografia de Frantz Fanon. Sua história é importante para entender todo o contexto de sua obra em relação à questão da raça e do colonialismo. "Ele era um grande explorador dos campos de conhecimento e somente ao mudar-se para França percebeu as etapas de embranquecimento das pessoas pretas que vinham das colônias", disse a palestrante.

Durante o encontro, a especialista fez uma introdução sobre a obra de Fanon "Pele negra, máscaras brancas". "Ele faz críticas importantes sobre os conceitos psicanalíticos, principalmente na universalização dos conceitos. Critica a ideia de que os conceitos são válidos universalmente para todos", explicou.

"O processo de racialização hierarquiza e define o que é bom e o que é ruim. O que é humano, o que não é. E uma frase do livro muito importante é a seguinte: ´Para o negro só existe um destino: e ele é branco´, ou seja, ninguém chega ao humano se não trilhar o caminho que é o ideal branco", declarou a convidada.

Professor José Pascoal Mantovani analisou alguns escritos políticos do autor. "Um tema que Fanon me fez pensar é: aprender a ler os sinais dos tempos. Ele faz uma leitura do mundo nas áreas da comunicação, saúde, humanidades. Temos que aprender que cadeira não sai para as ruas e não se manifesta. É preciso aprender que é necessário posicionamentos efetivos diante da vida. Fanon nos faz perceber a ambiguidade presente na própria democracia", falou o educador e filósofo.

Ao final, os debatedores abriram para perguntas.

Reportar Erros