Prof. Furlin explica a importância da escrita a alunos de Direito
O universo da escrita é particularmente importante aos profissionais do Direito na medida em que é na construção do texto que se desenvolve uma linha de pensamento. “A escrita não é apenas o acontecimento, mas seu significado. O advogado tem que buscar o significado de um caso. Existem entrelinhas, cada caso é uma trama”, destacou professor Marcelo Furlin em palestra a alunos de Direito da Metodista na noite de 3 de novembro último sobre Direito e (im)pertinência lexical.
O docente da Metodista, mestre em Comunicação e Letras, explicou que a linguagem – como um conjunto de códigos - deriva da vivência humana. Por isso, verbalizamos o que vivemos, daí a relevância de saber bem usar as palavras. “Isso é fascinante: a vivência que vira linguagem. E o ser humano é o único capaz de produzir esses códigos, que se tornam identidade de um grupo”, pontuou.
Cada profissão tem uma semântica específica, ou seja, há um repertório de palavras típicos do Direito, da Medicina etc. O importante, segundo o palestrante, é trazer o que chamou de semântica da superfície para a semântica da profundidade. “O que é a defesa de um caso? É como esse caso ganha um significado, porque às vezes um relato modifica a interpretação de um todo”, exemplificou.
Tradição do latim
Prof. Furlin não considera o latim, que permeia muitas construções jurídicas, uma língua morta, que dificulta a interpretação de um texto. Segundo entende, o Direito nasceu do Direito Romano e herdou essa tradição que está presente também na Biologia, na Botânica, nos textos religiosos, entre outros. Disse que é natural os “estrangeirismos” se acumularem camadas ao longo da modernização das línguas, como hoje o português já incorporou palavras como “memes” ou “lockdown”.
O encontro foi mediado pelo coordenador do curso de Direito da Universidade Metodista de São Paulo, prof. Gustavo Cotomacci, e pelas professoras Cristhiane Borrego e Patrícia Sosa. Prof. Gustavo orientou sobre dicionários e sites que ajudam a traduzir ou utilizar sinônimos para termos em “juridiquês”.
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