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Prof. Camila Escudero fala ao Diário de Notícias de Portugal sobre emigração de brasileiros

por Maria Luisa Marcoccia Última modificação 2023-10-20T15:22:23-03:00

Pesquisa para a OIM (Organização Internacional para Migrações, uma das agências da ONU) realizada em 2021 foi pauta de entrevista da professora Camila Escudero, de Jornalismo e da PósCOM, ao Diário de Notícias de Portugal. A matéria traça um perfil dos brasileiros que cada vez mais procuram Portugal para um novo ciclo de vida e conclui que eles provêm de grandes cidades (não mais do interior), seguem em família, pertencem a várias classes sociais e têm entre 20 e 40 anos.

“O estudo foi intitulado Diáspora Sul-americana como Agente do Desenvolvimento Sustentável. Fiquei responsável pelo relatório do Brasil. Foi então que percebemos que não só faltam dados sistematizados sobre a emigração brasileira, mas, também, que os que existem estão muito dispersos. Ou seja, como a temática da migração é interdisciplinar, há estudos na área do Direito, da Economia, das Ciências Sociais, Psicologia, História etc”, conta prof. Camila ao portal da Universidade Metodista de São Paulo.

Surgiu então a ideia de lançar a plataforma de dados Brasileiros no Exterior (https://www.brasileirosnoexterior.org), com objetivo de construir uma base de informações de acesso público e gratuito, bem como de caráter prático-extensionista no contexto da pesquisa acadêmica, sobre a emigração brasileira em geral. Segundo prof. Camila, além de sistematizar, organizar e dar visibilidade aos dados sobre presença de brasileiros no exterior, a plataforma busca servir como ponto de apoio na articulação de emigrantes e líderes comunitários, pesquisadores, organizações da sociedade civil (OSCs) e esferas governamentais envolvidos com o tema.

“Uma das maiores dificuldades são os dados estatísticos sobre a comunidade brasileira no exterior. Não temos números exatos. O que temos são estimativas do Ministério das Relações Exteriores e, em alguns países, como o caso de EUA, Japão, Canadá e União Europeia, números dos censos nacionais”, aponta a docente.

Quatro vezes mais

No caso de Portugal, a reportagem do Diário de Notícias apurou que 393 mil brasileiros residem no país, com maior incidência em Lisboa, Cascais, Sintra, Porto e Braga -- número que não abrange quem tem dupla nacionalidade. Em 2013, a comunidade brasileira em Portugal era de 92 mil pessoas e já representava o principal grupo estrangeiro residente.

Segundo informou a docente de Jornalismo e Pós-Graduação em Comunicação da Metodista ao portal da Umesp, o que atrai em Portugal são a similaridade da língua, os laços históricos e culturais, as redes migratórias já consolidadas, bem como a localização estratégica do país na Europa, facilitando a mobilidade para outros países do continente. Mesmo sem dispor de dados quantificados, o estudo permite por enquanto enumerar algumas motivações da emigração:

  • Trabalho e busca por uma vida melhor (fatores predominantes).
  • Nível de escolaridade superior em relação às fases anteriores.
  • Pessoas de classe média, que têm algum recurso financeiro, ainda que não tenham licença para trabalhar.
  • Saída (inclusive) de grandes cidades e capitais.
  • Desejo de retorno ao Brasil menos explícito.
  • Protagonismo da mulher (arrimo de família nas classes baixas; independência e empoderamento, nas mais altas).
  • Planejamento maior da mudança quando o país de destino é mais longínquo (Japão e Austrália).
  • Viagem da família toda, e não mais só do indivíduo.
  • Existência de novas gerações que “são brasileiras, mas nunca estiveram no Brasil”.
  • Retorno de idosos ao Brasil.

Leia aqui a reportagem do DN.

 

Texto: Malu Marcoccia
Última atualização: 20/10/2023

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