Pessoas com deficiência ainda não têm ambiente adequado para suas carreiras, lamenta recrutador
Mesmo com as empresas ofertando hoje vagas de trabalho com o descritivo de que são abertas a todos os tipos de público, pessoas com deficiência (PCD) ainda não encontram ambiente físico e material adequado às suas limitações. “Para adaptação de um cadeirante, é necessário providenciar rampa. E no mundo tecnológico em que vivemos, com o crescimento do home office, é preciso ter olhar mais abrangente para os recursos necessários a quem tem baixa visão ou deficiência auditiva, por exemplo”, adverte Victor Muniz, consultor de carreira e especializado em recrutamento e contratação PCD.
Victor falou a alunos de Administração e Comércio Exterior da Universidade Metodista de São Paulo na noite de 14 de abril e insistiu na necessidade de mudar o mindset do mercado de trabalho em relação aos PCDs. Segundo ele, são pessoas tão capazes quanto outras, mas se deparam com vagas de pouca qualificação. “Muitas vezes é para ser atendente de loja. Dificilmente chegam à alta gestão”, apontou.
Cota x valor
Ele mesmo uma pessoa com deficiência, o consultor e recrutador afirmou que faz questão de avaliar o PCD pelo talento e habilidades para atender às necessidades das empresas, e não para cumprimento de cota. A legislação exige que a partir de 100 colaboradores haja de 2% até 5% de vagas para deficientes nas empresas, sob pena de serem multadas. A punição é fixada pelo juiz do Trabalho que cuidará do caso, mas geralmente toma como base o faturamento da organização.
“Muitas vezes um PCD deixa de concorrer a uma vaga pelo receio de estar apenas cumprindo cota, e não sendo chamado pelo seu valor”, lamentou.
Acompanhe a íntegra da palestra realizada pelo programa Alunas Convidam de ADM-Comex, que foi mediada pelas formandas do último ano do curso Emily Pereira e Fernanda Silva.