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Patrimônio histórico guarda a memória entre gerações, explica prof. Oswaldo de Oliveira

por Maria Luisa Marcoccia Última modificação 2023-08-15T14:35:39-03:00
Criado em 1998, Dia do Patrimônio Histórico Nacional conscientiza sobre a importância da preservação de bens e costumes

Do Pelourinho na Bahia às reservas da Mata Atlântica no Paraná, passando por literatura de cordel no Maranhão e rodas de capoeira em todos os Estados brasileiros, o Brasil é um dos países mais ricos em patrimônio cultural, natural, arquitetônico e imaterial. Por isso foi instituído o 17 de agosto para celebrar o Dia do Patrimônio Histórico Nacional.

A data foi escolhida em homenagem ao historiador e jornalista Rodrigo Melo de Andrade (1898-1969), responsável pela criação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O órgão cuida da proteção e preservação dos bens culturais nacionais, edifícios, centros urbanos e sítios arqueológicos com objetivo de assegurar a memória entre gerações.

“O patrimônio histórico nacional refere-se a bens culturais e naturais de valor significativo para uma nação, que são preservados e protegidos para as gerações futuras. Isso inclui edificações, monumentos, sítios arqueológicos, objetos, documentos, tradições, manifestações artísticas e culturais, entre outros elementos que têm ligação direta com a história e a identidade de um país”, explica professor Oswaldo de Oliveira Santos Jr, coordenador do Núcleo de Formação Cidadã da Universidade Metodista de São Paulo.

À herança cultural e histórica do patrimônio nacional, que prof. Oswaldo define como aquilo que pertence a todo o povo brasileiro, ele atribui extrema importância por várias razões:

  • Identidade cultural: o patrimônio histórico é um reflexo da identidade e da história de um povo. Representa as raízes culturais, as tradições e os valores de uma sociedade, ajudando a fortalecer a identidade nacional.
  • Turismo e economia: muitos sítios históricos e culturais são atrações turísticas populares, atraindo visitantes e gerando receita às comunidades locais e para o País como um todo. A preservação desses locais contribui para a indústria do turismo.
  • Educação e conhecimento: o patrimônio histórico é uma ferramenta valiosa para a educação. Permite que as gerações futuras aprendam sobre a história do país, seus eventos importantes e as pessoas que moldaram sua trajetória.
  • Memória coletiva: a preservação do patrimônio histórico ajuda a manter viva a memória coletiva das nações, lembrando acontecimentos significativos, conquistas e desafios enfrentados ao longo do tempo.
  • Conservação ambiental: Muitos sítios históricos também possuem valor ambiental, incluindo áreas naturais protegidas. A preservação dessas áreas contribui para a conservação da biodiversidade e manutenção de ecossistemas saudáveis.
  • Valor estético e cultural: arquitetura, artes visuais, música e outras manifestações culturais presentes no patrimônio histórico enriquecem a experiência estética e cultural das pessoas.
  • Resgate de patrimônio ameaçado: muitos bens culturais e históricos estão ameaçados de degradação, destruição ou desaparecimento. O Dia do Patrimônio Histórico Nacional pode chamar a atenção para a importância da conservação e incentivar ações de preservação.

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Bens da humanidade

Além de centenas de bens materiais e imateriais históricos nacionais, o Brasil, segundo a Unesco, é o 13º país no mundo com maior número de patrimônios também da humanidade, pois conta com 23 bens tombados em 17 Estados.

Cultura material e cultura imaterial são dois tipos de patrimônio que expressam a cultura e características de determinado grupo ou região. A cultura material é composta por elementos concretos, como construções e objetos artísticos. A cultura imaterial é relacionada a elementos abstratos, como hábitos e rituais, explica o coordenador do Núcleo de Formação Cidadã da Metodista.

Alguns exemplos de bens da cultura material brasileira classificados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) são:

  • Centro Histórico de Ouro Preto (MG)
  • Museu Histórico Nacional (RJ)
  • Conjunto Arquitetônico de Paraty (RJ)
  • Centro Histórico de Olinda (PE)
  • Pelourinho (BA)
  • Parque Nacional Serra da Capivara (PI)
  • Universidade Federal do Paraná (PR)
  • Conjunto arquitetônico de Brasília (DF)
  • Conjunto de praias e montanhas do Rio de Janeiro (RJ)

O IPHAN tem registrado 47 bens imateriais, divididos em formas de expressão, saberes, celebrações e lugar. Confira alguns:

  • Arte Kusiwa - pintura corporal e arte gráfica Wajápi (AP)
  • Samba de Roda do Recôncavo Baiano (BA)
  • Jongo no Sudeste (SP, RJ, ES, MG)
  • Frevo (PE)
  • Tambor de Crioula do Maranhão (MA)
  • Roda de Capoeira (todos os Estados)
  • Toque dos Sinos em Minas Gerais (MG)
  • Ritxòkò: expressão artística e cosmológica do povo Karajá (TO, PA, GO, MT)
  • Fandango Caiçara (SP, PR)
  • Carimbó (PA)
  • Maracatu Nação (PE)
  • Teatro de Bonecos Popular do Nordeste
  • Literatura de Cordel (RJ, DF, AL, BA, CE, MA, PB, PI, PE, RN, SE)
  • Ofício das Baianas de Acarajé

 

Texto: Malu Marcoccia
Última atualização: 15/08/2023
Com informações do IPHAN

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