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Pandemia de Covid-19 causou profundo impacto nos jovens, analisa prof. Clarissa a turmas de Pós em Educação

por Maria Luisa Marcoccia Última modificação 2022-10-05T10:47:13-03:00

A pandemia de Covid-19 impactou os jovens de modo profundo, pois é nessa faixa etária que mais se persegue a liberdade e os compartilhamentos, se dá a construção da subjetividade e da espiritualidade. O isolamento doméstico obrigou a juventude a se privar de grupos de amigos, da convivência nas escolas e da troca de ideias comuns nessa idade nos ambientes coletivos, como a atração pelo sexo oposto ou a identidade de gênero.

“Ficar em casa foi um super desafio porque muitos não se sentem confortáveis com parentes próximos. E o jovem ficou sem opção de construir outros relacionamentos. No caso das mulheres, foi como negar lutas históricas para sair de casa, ter cidadania e o próprio trabalho. Ela teve que voltar ao ambiente do lar em uma sociedade ainda patriarcal”, afirmou a psicóloga Clarissa de Franco, docente no Mestrado-Doutorado em Ciências da Religião da Universidade Metodista de São Paulo e que falou na aula magna do Programa de Pós-graduação em Educação na noite de 30 de agosto.

Saúde mental

Segundo professora Clarissa, o jovem se viu forçado a fazer reflexões estranhas à sua idade, entre as quais sobre morte e trabalho profissional como único meio de ser alguém na vida. “É uma lógica exaustiva achar que para ser algo no mundo se deve submeter ao capitalismo. O jovem é um ser de desejos. Na pandemia isso ficou pior porque a mediação com celulares e computadores criou mais desejos por meio de propagandas e muito marketing”, analisou a especialista em sua exposição, que teve como tema Saúde Mental, Juventude, Pandemia e Direitos Humanos.

O encontro foi aberto pela coordenadora do PPGE, prof. Alessandra Zambone, e mediado pela prof. Cristina Hashizume. Também especializada em Religião, Interculturalidade e Direitos Humanos, a palestrante entende que a juventude foi igualmente abalada pela fragilidade dos sistemas públicos de cuidados. “O Estado violou os direitos humanos, ao contrário do que esperamos dele, de ser um ente que nos protege e defende”, falou, citando como exemplo a redução dos atendimentos aos abortos legais para dar espaço ao pronto-atendimento de vítimas de Covid.

Ao final, sua sugestão é de que as escolas não apenas pratiquem a Política Nacional de Saúde Mental prevista na lei 10.216/2001, como sejam ambientes acolhedores, flexíveis, inclusivos e solidários, de respeito à vida e aos valores éticos da convivência humana.

Acompanhe a íntegra da aula magna do 2º semestre do PPGE.

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