Metodista participa do novo Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil
A Universidade Metodista de São Paulo é uma das instituições parceiras do Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil oficializado neste 28 de fevereiro pelo governo federal. O ministro da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), Waldez Góes, assinou o contrato que dá início à criação e implementação de diretrizes, estratégias e metas para gerir riscos e desastres diante dos fenômenos climáticos extremos que vêm atingindo regiões e populações no País.
O plano tem caráter nacional, ou seja, envolve União, Estados, Distrito Federal e Municípios. A supervisão das ações será da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC), autarquia do MIDR, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). As atividades estão previstas em um projeto composto de 11 produtos e serão coordenadas pelo Laboratório HANDS (Humanitarian Assistance and Needs for Disasters), da PUC-Rio de Janeiro. A Metodista vai coordenar a parte de divulgação e mídia, aproveitando a expertise dos cursos de Comunicação e da Cátedra UNESCO-UMESP de Comunicação para o Desenvolvimento Regional.
A equipe técnica que vai elaborar o Plano Nacional de PDC é formada por outras três instituições de pesquisa: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
Segundo a pesquisadora Cilene Victor, que vai coordenar a equipe de comunicação e é professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PósCOM) e de Ciências da Religião da Metodista, a comunicação de riscos estará presente em todas as fases, ações, iniciativas e produtos do Plano Nacional. “Além de garantir o diálogo entre os diversos atores sociais, a comunicação busca reduzir a propagação de rumores, fake news e desinformação que amplificam socialmente os impactos dos desastres climáticos”, disse ela.
Jornalismo participativo e social
Prof. Cilene destaca que os pesquisadores da área da Comunicação têm experiência ampla em comunicação de riscos de calamidades climáticas e humanas e na aplicação de recursos de media interventions (intervenções positivas de mídia), especialmente produções audiovisuais como teasers, vídeos e podcast para diversos públicos na imprensa e mídias sociais.
“A comunicação de riscos não é meramente a disseminação de informação sobre riscos. É mais complexa e confere aos programas e à gestão de riscos de desastres um caráter mais participativo e transparente, pois possibilita, desde a concepção desses programas, o diálogo entre os diversos públicos de interesse. Frente ao aumento da frequência e intensidade dos desastres e às ameaças climáticas, é crucial explorarmos as possibilidades sociais do jornalismo e da comunicação, contribuindo para a redução das perdas humanas e dos danos materiais”, afirma Cilene Victor.
O Plano Nacional de PDC contará também com site oficial, que descreverá cada produto previsto no projeto, bem como os resultados parciais, abas para consultas interativas e espaço para opinião de interessados em contribuir para sua construção.
Da equipe técnica vinculada à Metodista participam o professor também do PósCOM Roberto Chiachiri, que é diretor da Cátedra UNESCO-UMESP de Comunicação para o Desenvolvimento Regional, a professora Filomena Salemme, do curso de Jornalismo, e integrantes dos grupos de pesquisa Jornalismo Humanitário (HumanizaCom) e SemioHumanitas, Lilian Sanches, Nádia Moragas, Isabella Pandolfelli, Renata Juliotti, Louis Edoa, Marcelo Damasceno e Francisco Marques.
Segundo prof. Chiachiri, o apoio institucional da Cátedra UNESCO/UMESP segue os preceitos do próprio programa da UNESCO UNITWIN (University Twinning and Networking) – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - que busca promover a cooperação entre universidades e instituições de pesquisas. “Da mesma forma, age como facilitador de criação de redes interdisciplinares de instituições que trabalham juntas para enfrentar desafios globais e avançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas”, afirmou. A Cátedra UNESCO-UMESP de Comunicação para o Desenvolvimento Regional vai oferecer seu espaço físico e equipe para o desenvolvimento dos estudos e trabalhos do projeto.
Equipe multidisciplinar
Ao longo de 2023, a equipe multidisciplinar das instituições acadêmicas atuará nas etapas de diagnóstico considerando os principais riscos de desastres de curto, médio e longo prazo, na apresentação dos princípios e diretrizes estratégicas de atuação da defesa civil, com foco em cinco eixos de atuação (prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação), na consolidação da proposta do Plano e em estratégias transversais para a difusão à sociedade brasileira.
Para a professora Adriana Leiras, do Laboratório HANDS (Humanitarian Assistance and Needs for Disasters), do Departamento de Engenharia Industrial do Centro Técnico Científico da PUC-RJ, no contexto das mudanças climáticas, esta é oportunidade única de integração da academia, poder público e sociedade na formulação de políticas públicas para gestão de riscos e de desastres climáticos que cada vez mais impactam a sociedade. “É uma grande iniciativa do MIDR, da SEDEC e do Pnud colocar centros de pesquisa em uma posição central neste debate”, disse.
O laboratório HANDs é voltado para pesquisas em Logística Humanitária e Gestão de Operações em desastres, crises e emergências. Por meio de equipe especializada em engenharia de produção, gestão, tecnologia, logística e planejamento de operações, o HANDs realiza projetos de pesquisa e desenvolvimento para propor soluções às situações de desastres.
Leia mais sobre ações do PósCOM da Metodista na área.
Veja a repercussão na mídia:
Texto: Malu Marcoccia
Com informações da SEDEC
Última atualização: 28/02/2023