Limite é frágil entre liberdade de expressão e ofensa, afirma jornalista da CNN em palestra a alunos de Direito
As garantias constitucionais de liberdade de opinião e manifestação estão abaladas com o momento de extremismo verificado no Brasil. Há um escalada de intolerância segundo a qual pessoas não apenas discordam de outras, mas também não se dispõem a ouvir. “A sociedade precisa se submeter a revisão absoluta sobre formas de comunicação, tolerância, empatia, necessidade de respeitar o próximo”, afirmou o jornalista Rafael Colombo, âncora da CNN Brasil, em live com alunos de Direito da Metodista na noite de 4 de novembro.
Segundo ele, é preciso estabelecer limites entre garantias do artigo 5º da Constituição sobre livre manifestação do pensamento, de religião, opção política e de manifestação e liberdade plena de transgressão e ofensa. Rafael entende que esse cenário não é atual, viria até mesmo antes das manifestações de 2013, com discursos radicais sobre cotas para universidade, registro de empregados domésticos e programas assistenciais do governo.
“As paixões já vinham extrapolando o razoável”, disse o jornalista, formado pela Universidade Metodista de São Paulo em 2001 e que durante 20 anos atuou na Band. Ele debateu com professora Cristhiane Borrego e com o coordenador do curso de Direito, prof. Gustavo Cotomacci, sobre Os limites constitucionais da liberdade de expressão em um Estado Democrático de Direito.
Para Rafael Colombo, há hoje muito acentuado um movimento de provocar descrença da imprensa tradicional, profissional, que apura e analisa notícias. Ele admite que a mídia profissional erra algumas vezes, mas não se compara à “máquina de moer” reputações como o são as fake news e pós-verdade (acreditar naquilo que convém). Professora Cristhiane também concordou que são as fake news o fermento do atual cenário de opiniões radicalizadas.
Segundo professor Gustavo Cotomacci, está havendo leitura equivocada das garantias estabelecidas pela Constituição de 1988, o que abre um leque grande interpretações “fora do bom senso, de se poder fazer e falar tudo o que se quer”.
Acompanhe a íntegra do evento, aberto pelo diretor do campus Rudge Ramos, prof. Marcelo dos Santos, que definiu o debate de ideias com troca de inteligência "e a discussão como troca de ignorância".