Formandos de Comex montam planos de exportação de joias, autopeças e até tomate cereja

Joias, massa fresca, autopeças, pimenta e até tomate cereja são produtos brasileiros com boas possibilidades de inserção no mercado externo, sobretudo na zona franca do Mercosul, segundo Planos de Negócios para Internacionalização estruturados por formandos do 8º semestre de Comércio Exterior da Universidade Metodista de São Paulo.

As apresentações presenciais na noite de 21 de novembro passado, após o afastamento social de dois anos da pandemia, mostraram pesquisas montadas pelos alunos para nove empresas brasileiras. Foram levadas em conta estratégias como custos do mercado-alvo, viabilidade financeira, questões logísticas, comerciais e legais, marketing, exigências fitossanitárias e regras tributárias, entre outras.

"O PNI se inicia ao longo dos últimos semestres, quando o aluno é preparado a identificar uma empresa brasileira, comercial ou industrial, que ainda não tem experiência em negócios com o exterior. Após convencer a empresa de que o mercado externo é alternativa muito viável e de grande oportunidade para o desenvolvimento dos negócios, o aluno começa a trabalhar na elaboração do plano, que resultará num estudo completo a ser entregue gratuitamente para a empresa", explica o orientador dos grupos, professor Jeferson dos Santos. 

Menu gourmet

Consolidada no agronegócio brasileiro de tomate cereja, a Campo Alegre, por exemplo, pode conquistar na Argentina um grande mercado para diversificar a clientela de alimentos gourmet. Segundo o Plano de Internacionalização da empresa sediada na região de Campinas, seu produto pode render quase R$ 12 já embalado para supermercados em Buenos Aires, contra média de R$ 10 no mercado brasileiro.

“O tomate cereja é diferente dos tomates tradicionais e chega a durar 100 dias, o que possibilita chegar aos restaurantes que têm menus mais sofisticados. Também é fácil de embalar em recipientes plásticos e já encontramos fornecedor argentino que faz caixas plásticas recicláveis”, explicam os alunos Gustavo Viana e Pedro Tavares. Hoje operando com três estufas com capacidade para 6 toneladas/mês cada, o projeto da empresa prevê que a 4ª estufa em planejamento será direcionada só à exportação.

Fabricante de molas de tração, artefatos de arame, estamparia de metais leves, anéis de travamento e argolas, o plano de exportação da Cartroflix, de Diadema, foi pensado com apoio de um facilitador: a empresa já é fornecedora da Metagal no Brasil e poderia fazer o mesmo junto à Metagal da Argentina.

A Cartrofrix ganharia em escala de produção porque a Metagal argentina utiliza modelo de mola já usado na Metagal brasileira. “A mola para retrovisor é um produto pequeno, fácil de embalar e com frete barato até a Argentina. Só esse item acrescentaria 70% nas receitas da Cartroflix no Brasil”, explica Mariana Moretti, uma das integrantes do grupo de trabalho.

Acompanhe as apresentações da 15ª edição do Plano de Negócios – Comércio Exterior

• CAMPO ALEGRE – Empresa consolidada no agronegócio brasileiro de tomate cereja, o plano é conquistar o mercado gourmet argentino.

Grupo: Flávia Cunha, Gustavo Viana, João Paulo, Julia Machado, Kevin Eduardo, Nilton Carlos e Pedro Tavares.

• ALBERIC USINAGEM – Fabricante de peças do jeep Bandeirante, a ideia é atender nichos de colecionadores e proprietários do veículo em todo o mundo, já que a Toyota não fabrica mais itens de reposição.

Grupo: Alexia Castro, Larissa Milani, Larissa Yukari Urasaki e Lorena Gabriela de Carvalho

• CARTROFIX - Fabricante de molas, estamparia de metais leves, anéis de travamento e argolas, o plano é inserir a empresa entre fornecedores da Metagal argentina.

Grupo: Mariana Moretti, Nathalia Nunes, Nathalia Sérvulo, Vinícius Duarte e Yara Serafim

• EF-ELEMENTOS FILTRANTES – Importante marca no mercado de filtros e elementos filtrantes para água de uso residencial e industrial, o projeto é colocar seus artigos no Chile.

Grupo: Amanda Visentainer, Bianca Santos, Daniele Santos e Juliana de Paula Martins

• SD JOIAS - Focada apenas em vendas internas para o atacado e varejo, o plano prevê exportações da empresa para um dos grandes consumidores mundiais de joias, os EUA.

Grupo: Eduardo Bragiatto, Gabriel Richard, João Pedro, Lucas Gomes e Sabrina Santos

• SANTA PASTA – Fabricante de massa fresca com padrão de qualidade para sabores refinados, o projeto é colocar a marca no mercado externo para esse público e diversificar as vendas.

Grupo: Ariane Rossi, Gustavo Alimari, João Victor Figo, Kamila Cordeiro e Tatiane Surita

• LIDER INDÚSTRIA MECÂNICA – Empresa tem como principal atividade a fabricação de máquinas para produção de pão de queijo. Os mercados externos promissores são EUA, Colômbia e Nigéria.

Grupo: Ana Gabriely Huanca Paucara, Brenno Bisognini, Caio de brito Santiago, Gabriel Eloi Cruz, Hellen de Souza Araújo, Júlia Karolina Scaranello Oliveira e Larissa da Silva Silvério

• REPLASTIK - Empresa especializada em recuperação de materiais plásticos pós-indústria, o plano prevê exportar plástico (PEBD) granulado para mercados onde possa ser utilizado em embalagens de produtos de limpeza.

Grupo: Ana Paula, Beatriz Brito, Maria Thauane, Nayara Cristina e Stephanie Alves

• BAHIA FOODS - Distribuidora de especiarias para marcas do ramo alimentício e restaurantes nacionais, a pimenta da marca é o produto-alvo a ser exportado e na Argentina foram identificados clientes em potencial.

Grupo: Paula Moreira, Vitor Caires, Vitoria Ribeiro, Julia Sales, Pamela, Jaine Santana e Nicole Santana

Texto: Malu Marcoccia
Última atualização: 23/11/2022