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Ex-aluna de Jornalismo assina textos de pinturas sobre a cidade de Santo André

por Maria Luisa Marcoccia Última modificação 2024-03-18T16:08:37-03:00

Quarenta anos depois de formada pela Metodista e dedicada ao jornalismo feminino, sobretudo o relacionado à moda, a ex-aluna Rosângela Espinossi se dá ao prazer de uma licença poética e escreve sobre a cidade onde nasceu e mora até hoje, aos 62 anos de idade. Ela é autora dos textos que falam sobre Santo André e alguns locais icônicos, como Paço Municipal, Igreja Matriz, Parque do Ipiranguinha e Escola Estadual Américo Brasiliense, entre outros. São lembranças que legendam 16 quadros pintados pelo marido, o artista plástico argentino Felix Fassone.

A exposição Santo André, Livre Terra abre em 27 de março e se estende até 30 de abril no Cine Theatro de Variedades Carlos Gomes, com entrada gratuita. É parte das comemorações do aniversário do município, em 8 de abril.

“A ideia surgiu a partir de uma exposição que Felix fez em Buenos Aires, sua cidade natal, em outubro do ano passado, em que ele escreveu pequenos textos para explicar as imagens que desenhou durante estadias lá. Na volta ao Brasil, pensamos em fazer a exposição, mas falando de Santo André, onde nasci, me criei, trabalhei e sempre morei. Ele mora aqui desde que nos casamos, em 1989, ou seja, há 35 anos, o mesmo tempo em que viveu na Argentina”, conta Rosângela. 

A partir do aval da Prefeitura, Felix Fassone começou a fazer os esboços, pintou os quadros e ela escreveu os textos. “Eles refletem um pouco da minha memória afetiva e um pouco da história de cada local”, diz.

Tapete vermelho

Especializada em notícias do mundo feminino, Rosângela Espinossi já trabalhou para ninguém menos do que Gloria Kalil, referência em estilo e comportamento, para as revistas Cláudia Moda e Contigo, além do portal Terra. Iniciou a carreira na revisão do Diário do Grande ABC em 1985, onde também editou a página feminina do jornal e em 1995 lançou a nova versão do caderno Dia a Dia. Para se aprofundar em temas de vida, estilo e moda, pós-graduou-se em Comunicação e Moda e criou o site Elas no Tapete Vermelho em 2012, que é replicado no Terra desde 2016.

Para aproveitar o rico material produzido, compilou dicas sobre moda, começou a dar palestras em empresas e lançou em 2016 a primeira versão de 101 Segredos Para Se Vestir Sem Erro No Trabalho, como e-book. Em 2018, Rosângela bancou a edição impressa. A versão virtual está disponível na Amazon. Nas duas versões, as ilustrações são do marido Felix Fassone, que também trabalhou por anos na área editorial tanto na Argentina quanto no Brasil.

Sobre a carreira, a ex-aluna da Universidade Metodista de São Paulo diz que jornalismo feminino sempre tem público, que a seu ver se intensificou depois da pandemia. “Competição sempre houve e sempre haverá, seja em que área o jornalista quiser atuar. Como sempre me especializei no jornalismo feminino tanto impresso quanto digital, dando ênfase à área de moda, posso dizer que a área que escolhi sempre me trouxe emprego e salários razoáveis, fruto de dedicação, estudo e experiência”, afirma.

Amigas e fake news

Rosângela tem memórias afetivas também de sua formação na Metodista: “Lembro dos equipamentos de primeira linha que a Metodista oferecia aos alunos, além da possibilidade de debater ideias sem censura numa época em que ainda estávamos na ditatura militar. Tanto que o TCC que meu grupo fez foi um jornal mural que tinha como título Censura e Autocensura, falando exatamente de como a imprensa teve que driblar os censuradores na época, além da perseguição a vários jornalistas”, lembra, acrescentando:

“Não posso também deixar de citar os amigos que fiz. Mais de 40 anos depois de formada, ainda me reúno com o grupo de trabalho dos quatro anos de curso. Pelo menos três vezes por ano vamos a um restaurante e nos falamos quase todas as semanas, agora por whatsapp. Algumas delas (sim, éramos só mulheres) são jornalistas com destaque até internacional”, conta.

A censura deu lugar hoje a outro inimigo implacável do bom jornalista, as fake news. Rosângela é enfática sobre a profissão: “Jornalismo é uma mistura de vocação e paixão, mas se o profissional não se especializar, não ler notícias, livros e até bula de remédio, como sempre disse para meus estagiários, e não tiver persistência, não vai conseguir se firmar na carreira. E outra coisa: sempre checar as informações com fontes confiáveis. Infelizmente, estamos na era da desinformação por conta das fake news, que se espalham de forma assustadora pelas redes sociais. Afinal, o dever do jornalista sempre foi, e agora ainda mais, trabalhar com a verdade”.

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Texto: Malu Marcoccia
Última atualização: 18/03/2024

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