Com 23 anos, ex-aluna de Biomedicina faz pesquisa de mestrado no Canadá
Microglia no hipocampo de camundongos. Traduzindo para linguagem simples, trata-se de traçar quais diferenças os hormônios e cromossomos sexuais podem causar nessa célula e é tema de pesquisa científica que a biomédica Bianca Caroline Bobotis desenvolve no Canadá.
Bianca formou-se na turma de 2020 de Biomedicina da Universidade Metodista de São Paulo e atualmente é estudante de mestrado da University of Victoria (UVic) no Tremblay Lab. Aos 23 anos, ela passa por experiência que muitos jovens anseiam, mas que exige esforço, como toda conquista.
“Ser estudante não é fácil, nem no Brasil nem fora. Sempre depende de bolsas e sorte. A maior parte dos alunos vive de subsídios de pesquisa, que são instáveis e não se equiparam aos salários”, comenta a ex-aluna Metodista, que faz a ressalva: “A carreira acadêmica de Biomedicina é extremamente competitiva, porém é reconfortante poder trazer uma pesquisa que vai contribuir com a medicina futuramente. O curso da Metô foi maravilhoso, muito completo. Muitas das técnicas que uso no laboratório aprendi na graduação”, relata ela.
40 segundos
Após se formar, Bianca finalizou sua iniciação científica na Universidade Federal do ABC (UFABC). Enquanto tentava uma bolsa e estava em distanciamento social na pandemia, arriscou outra atividade profissional em 2021: foi front-end no Mercado Livre. Mas logo voltou ao foco de sua área.
“A Biomedicina é vantajosa por conta das muitas áreas de atuação, por isso também pode te deixar indeciso no que seguir. Meu conselho aos iniciantes é traçar os objetivos desde o estágio, focar em uma empresa ou área que você gostaria de trabalhar e se estabilizar por lá”, recomenda Bianca, que lembra com bom humor um momento marcante no campus Planalto da Metodista: “Com certeza as provas práticas de anatomia: 40 segundos para olhar a peça anatômica, pensar e escrever foram marcados com dor no meu coração”, brinca.
Texto: Malu Marcoccia
Última atualização: 7/12/2022