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Evento sobre Cultura de Paz nas Escolas reúne lideranças do ABC na Universidade Metodista

por cindy lima Última modificação 2023-09-01T17:52:03-03:00

A Universidade Metodista de São Paulo sediou no último 18 de agosto o evento “Cultura de paz nas escolas” realizado pelo Ministério Público. Estiveram presentes professores da Metodista, escolas de São Bernardo e Diadema, autoridades da Justiça, Saúde e Educação. 

Temas como Promoção da Saúde e Cultura de Paz, Proteção Social, Direitos e o Trabalho Coletivo, Escola e Violência: Reflexões, Cultura de Paz e Garantia de Direitos, Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), alicerce legal para a proteção de crianças e adolescentes foram abordados nos seminários. 

O evento aconteceu das 8h às 11h, no Auditório do edifício Sigma, e teve duas rodas de conversa formados por profissionais da saúde, autoridades como Conselho Tutelar, Secretaria Social e Procurador Geral, professor do curso de Direito Fernando Shimidt, com mediação do ex docente da Metodista e jornalista Roberto Joaquim. 

“Está universidade participa ativamente de toda construção dos processos educacionais aqui do Grande ABC. Quero não só agradecer ao reitor Marcio, mas reconhecer a importância da Universidade Metodista”, comenta a Secretária Municipal da Educação professora Sílvia Donnini. 

A região do ABC tem o tópico Cultura de Paz presente desde a agenda 20/30, onde ocorriam debates dentro das escolas com trabalhos que visavam focar no diálogo e respeito. “Nós da Educação debatemos sobre temas transversais que hoje fazem parte do currículo e que está na universidade, formação inicial nas pedagogias e também nas licenciaturas”, aponta Sílvia. 

É compreendido que a Cultura de Paz é uma responsabilidade compartilhada e tem relação em educar cidadãos para o mundo. Essa visão na pedagogia é vista como eco planetária, aquela que vai além dos muros da escola.  

“Eu acho que não faz sentido ter uma universidade em uma região se ela não gera um impacto social. Hoje nós temos cerca de 38 projetos de extensão e os alunos são inseridos na comunidade, e às vezes eles não entendem o porquê da disciplina, mas a gente explica que a universidade não é conteudista, ela é para transformá-los de alguma maneira, para que isso vá para a sociedade”, explica o reitor da Universidade Metodista Marcio Oliverio. 

A Organização das Nações Unidas (ONU) define a Cultura de Paz como um conjunto de valores, atitudes, tradições, comportamentos e estilos de vida das pessoas se baseando no respeito pleno, podendo ser uma estratégia política para a transformação da realidade.  

Os oito pilares que formam esse propósito são a educação para uma cultura de paz, tolerância e solidariedade, participação democrática, fluxo de informações, desarmamento, direitos humanos, desenvolvimento sustentável e igualdade de gêneros.  

Para a Organização da Saúde (OMS), a saúde não é apenas a ausência da doença, mas como a situação de perfeito bem-estar físico, mental e social. “A Cultura da Paz é a própria manifestação e expressão da Saúde. Tudo isso tem a ver com nossos sentimentos, emoções, diálogo, cooperação, nosso comportamento e a nossa atitude diária. Se não tivéssemos nada disso não teríamos saúde”, comenta a doutora Sandra Passos, diretora adjunta do departamento de atenção básica da Secretaria de Saúde Municipal. 

Educação é um dos primeiros direitos sociais do Brasil, e com ela que progredimos. “A escola é um local de debate, por isso a sociedade civil precisa entrar e discutir com os professores os projetos pedagógicos e as demandas da comunidade. A escola precisa ocupar o seu espaço de protagonista. Os professores são uma figura muito importante e os que mais descobrem violência sexual porque os alunos confiam neles”, comenta o professor do curso de Direito da Metodista Fernando Shimidt. 

A Segurança Pública é um direito social que é consequência da Educação e Saúde, essas que se falharem, a sociedade terá dificuldade em ter segurança, já que o crime é um problema social e comunitário. “Existem três tipos na doutrina simples da Criminologia, sendo os fatores biológico, psicológico e o que leva mais de 90% dos crimes no nosso país, que são os sociais. Na escola acontece tudo que acontece fora dela, ela não é um ambiente que a exclusão social não chega. Nosso objetivo é reforçar a função social e fazer com que a escola volte a ser um porto-seguro”, pontua Fernando.  

Para o Procurador Geral de Justiça Arthur Lemos, a solução para o problema da violência nas escolas só será conquistada se existir uma rede trabalhando no assunto. “É preciso estabelecer medidas de curto, urgentes e médio prazo para que os educadores observem os problemas que existem nas escolas e informem de imediato para que tenham um acompanhamento sigiloso e formalizado, evitando que se tornem casos de polícia”, opina.   

Arthur aponta que é preciso tratar os assuntos com seriedade, e caso eles se agravem, não devem ser subestimados. “O jovem sai da escola por causa de problemas. É necessário acompanhar, comunicar o Conselho Tutelar, a Secretaria de Educação e outras entidades para tratar isso com cuidado porque isso pode ser um problema, esse jovem pode estar tendo contato com grupos que influenciam a violência”. 

A rede se conhecer é o primeiro passo para evitar que situações graves aconteçam. “As pessoas conhecerem a promotora, a defensora pública, o delegado, o Conselho Tutelar, a universidade que tem um papel fundamental de integração e de união, para que, no momento que se nota um problema, é preciso que haja um acompanhamento e eventualmente ter medidas de prevenção, de segurança nas escolas, precisamos ser vigilantes”, finaliza.  

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