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Estimular interação é a receita para aulas virtuais, diz pedagoga

por Maria Luisa Marcoccia Última modificação 2021-03-26T16:55:37-03:00
Aula magna de Pedagogia debateu os rumos da educação em tempos de pandemia

Empurrar a criatividade ao limite para estimular a criança a interagir na plenitude da aula virtual é o grande desafio para os educadores nestes tempos de pandemia e distanciamento social. “Não adianta colocar a criança e o jovem na frente de uma aula gravada ou o pai para pular com eles numa atividade. Temos que tirar o melhor proveito da tecnologia, que precisa substituir a cara-a-cara presencial do professor e dos colegas”, falou a professora Denise D'Aurea Tardeli, dos cursos de Pedagogia da Universidade Metodista de São Paulo, durante a aula magna da graduação na noite de 23 de março último.

Professora Denise, que também é psicóloga, teme que a falta de interação mútua entre crianças e mestres comprometa seriamente a formação escolar. Estudiosos estimam que o déficit de aprendizagem em 2020, quando praticamente todo o calendário letivo foi de aulas online, não vai ser superado em menos de cinco anos. Como forma de minimizar esse cenário, a palestrante orientou abusar das metodologias ativas, entre as quais brincadeiras, grupos de discussão e rodas de conversas, entre outros.

“Piaget já falava isso na década de 1970, que a base da educação é a interatividade”, citou professora Denise ao mencionar o educador Jean Piaget e o método construtivista,  pelo qual sujeito e ambiente em interação ajudam a construir o pensamento, a formação do raciocínio, da consciência moral e da autonomia.

Mesmo com o tema da aula magna versando sobre “Para onde vai a Educação com a pandemia?”, a palestrante disse que há tempos se questiona o rumo da formação escolar. Na primeira metade do século passado, privilegiava-se o sujeito, suas características inatas (inatismo), desprezando o ambiente como fator influenciador. “Isso provocou uma escola excludente, de diferenças. Só pais inteligentes geravam filhos inteligentes”, discorreu.

Construtivismo

A partir da década de 1950, o ambiente foi elevado ao topo na escala de importância na educação (tendência ambientalista). Significava que quem nascesse pobre estava fadado a não ser bem-sucedido. “Foi a partir dos anos 1970 que Piaget enfatizou a interação entre sujeito e ambiente como o grande construtor da formação”, acrescentou.

Um ambiente cooperativo em educação também encontra barreiras pela dificuldade na formação do professor. Segundo a docente de Pedagogia, o professor não é mais um técnico e os cursos não priorizam a formação intelectual e moral para que mestres tenham consciência do papel social de preparar crianças e adolescentes para o mundo.

Com intermediação da coordenadora Maria José de Oliveira Russo, a aula magna do 1º semestre das turmas de Pedagogia foi aberta pelo professor Marcelo dos Santos, que exortou a todos a terem esperança. Ele disse que em meio ao caos da pandemia de Covid-19 há o fruto de nos levar a pequenas mudanças e transformações e aos pensamentos positivos. “Esperança é o remédio que usamos para as dores da vida. Sem ela, deixamos de resistir”, afirmou.

 

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