Especialista recomenda muita leitura para quem quer escrever bem
Leitura, leitura e mais leitura. Este é o fermento da receita que leva à produção de textos com qualidade nesta era de comunicação cifrada e linguagem truncada da internet, segundo a professora Sílvia Cristina Carrilho Martins, que está realizando série de palestras sobre escrita e gramática a alunos da Universidade Metodista de São Paulo. Com mais de três décadas de ensino na área e de correções de redação de vestibular, a docente lamentou a deficiência sobretudo dos jovens em formular bons textos, com coerência de ideias e conteúdo relevante.
“Infelizmente o excesso de informática e sua linguagem reduzida estão levando muitos a abandonar a prática da leitura e da caligrafia. Muitos escrevem errado confiando no corretor do computador, que nem sempre acerta”, alertou a especialista na noite de 19 de abril, quando realizou o segundo workshop da parceria entre o Núcleo de Sustentabilidade da Metodista e a ABEDUC (Academia Brasileira de Educação).
Fantástico reitor
Professora Sílvia mostrou inúmeros erros gramaticais e de sintaxe que extraiu ao longo dos anos em que atuou em vestibulares e que acabaram compondo sua “receita de redação” sobre o que não se pode escrever num texto de cunho pessoal ou profissional. Palavras chulas, indelicadas ou agressivas devem ser abolidas da linguagem, assim como grafias erradas e textos sem nexo.
Um exemplo é se referir a um reitor como “fantástico reitor”, quando o pronome de tratamento correto é “magnífico”. A organização de supremacistas brancos Ku Klux Klan ganhou o nome de “cuscus clã” em outra redação, assim como é comum o uso de termos como “aucontrario” (ao contrário), “azílio” (asilo), “séquiso” (sexo) e “aquecível” (acessível).
Professora Sílvia Martins tem mais dois encontros para falar sobre Modelos de Dissertação e Tipos de Paragráfo, em data a ser agendada. Em 22 de fevereiro passado ela abordou “Etiqueta Linguística (não vire meme)”, sobre comportamento.