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Especialista defende princípios da Carta da Terra para aprimorar a educação ambiental crítica

por Maria Luisa Marcoccia Última modificação 2023-08-16T16:46:16-03:00

É preciso ir além de recomendações para buscar um planeta justo e sustentável e agir criticamente sobre o modo de vida atual da humanidade. Isso pode ser feito por meio da ecoeducação, unindo a pedagogia aos debates socioambientais. “Educação questionadora é a que coloca em dúvida o modelo predatório que está destruindo o meio ambiente”, define professor Ivo Dickmann, filósofo e pós-doutor em Educação que enfatiza linhas de pesquisa sobre educação ambiental e ecopedagogia.

Convidado da aula magna do Mestrado-Doutorado em Educação da Universidade Metodista de São Paulo na noite de 14 de agosto, o docente da Universidade de Chapecó (SC) explicou que a Carta da Terra da ONU (Organização das Nações Unidas) está mais próxima da educação ambiental, e não da perspectiva ecopedagógica. A seu ver, embora a Carta da Terra seja importante por orientar decisões ecologicamente corretas, é necessário acrescentar criticidade na educação para promover os princípios do documento da ONU.

Professor Ivo desenvolve estudos que ele define como socioambientais freirianos, ou seja, com abordagem do método Paulo Freire de questionamento aos modelos tradicionais de educação. “Tanto a educação ambiental como a ecoeducação buscam os mesmos objetivos, mas por caminhos diferentes”, afirmou.

Em 1987 a Comissão das ONU para o Meio Ambiente e Desenvolvimento recomendou a redação de um documento inédito sobre o desenvolvimento sustentável a fim de ajudar a construir no século 21 uma sociedade global justa, sustentável e pacífica. A Carta da Terra foi idealizada na Rio-92, mas ratificada e assumida pela Unesco em 2000 no Palácio da Paz em Haia, Holanda.

Professor Ivo Dickmann debateu quatro dos 16 princípios da Carta. Destacou primeiro o princípio cosmológico, pelo qual somos uma única família dentro da “casa Terra”, daí a necessidade do respeito mútuo às diferenças. Depois citou o princípio ético-político-econômico, de combate ao modelo de consumo e produção predatória do capitalismo.

Selo verde

Também expôs sobre o princípio filosófico, segundo o qual é escolha nossa destruir ou salvar o Planeta. “Esse é um desafio para os próximos 50 anos, porque vamos ao supermercado de forma ecologicamente orientada. Talvez um selo verde possa nos estimular a prestigiar empresas que cuidam do meio ambiente. Isso nos transformará de cidadãos locais para cidadãos planetários e, assim, cuidar do planeta a cada ato cotidiano”, citou.

Por fim, o especialista apontou para o princípio da planetariedade, justamente o que nos transporta do universo local, caseiro, para o universal, gerando “cidadãos do mundo”.

Acompanhe a aula magna do 2º semestre de 2023 do PPGE sobre Carta da Terra: princípios ecopedagógicos para uma educação crítica.

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Texto: Malu Marcoccia
Última atualização: 16/08/2023

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