Educação inclusiva aceita todos os diferentes dentro do ambiente escolar, mostra especialista
Superar a segregação e aproximar as diferenças entre pessoas é o principal desafio da educação inclusiva, que muitos colocam erroneamente no mesmo cesto da educação especial. Ao contrário, a educação especial é que passou a ocupar o guarda-chuva da educação inclusiva.
“Não podemos repetir o modelo da escola especial, que atende apenas particularidades de pessoas com deficiência, em uma escola inclusiva. Quando falamos em inclusão, falamos em receber todos os diferentes, seja em etnia, gênero, PCDs etc”, define a educadora Elizabete Renders, defensora da chamada escola-para-todos, que busca harmonizar as distâncias e contrários entre seres humanos para um aprendizado eficaz.
Professora Elizabete falou na aula magna do PPGE (Programa de Pós-graduação em Educação) da Universidade Metodista de São Paulo na noite de 28 de março passado sobre Transformações Possíveis e Necessárias da Educação Inclusiva na Prática de Ensino Cotidiana. Ela destacou também a diferença entre inclusão e integração – outros conceitos que levam a equívocos -, mostrando que na inclusão a escola se transforma para receber os diferentes, desenvolvendo tratamento e oportunidades iguais para todos. Na integração, o público-alvo é limitado (PCD) e há apenas a adaptação da pessoa especial ao ambiente padrão já existente.
Desenho universal
Outro conceito importante da educação inclusiva é o DUA (Desenho Universal para Aprendizagem), surgido de um grupo de arquitetos dos anos 1970. Essa abordagem se baseia na visão de que o design dos ambientes e dos produtos pode ser previamente pensado de forma a permitir o uso pelo maior número possível de pessoas, sem que haja a necessidade de adaptações posteriores.
A aula magna foi mediada pela professora Alessandra Zambone, diretoria de Extensão e Ações Comunitárias da Metodista e coordenadora do PPGE, além da aluna Fabíola Andrade. Elizabete Renders é pós-doutora e doutora em Educação na área de Ensino e Práticas Culturais pela UNICAMP, com pesquisas desenvolvidas sobre a educação inclusiva. Já foi docente na Metodista e hoje é professora no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Municipal de São Caetano do Sul.
Veja mais apresentações do PPGE sobre inclusão.
Autor: Malu Marcoccia
Última atualização: 29/03/2023