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Consolidada no isolamento social, psicoterapia on-line causou angústias, analisa estudo do curso de Psicologia

por Maria Luisa Marcoccia Última modificação 2023-02-17T18:20:06-03:00

Como todas as tarefas e comportamentos que migraram para o mundo em tempo real, a psicoterapia também ganhou espaços virtuais, mas não sem resistência de alguns pacientes e surpresa de outros diante do descrédito sobre a eficácia no tratamento com ausência de contato físico do médico. Estudo de alunos de Psicologia da Metodista mostra que a maioria dos pacientes aceitou bem a telepsicoterapia durante a Covid-19, embora em alguns tenha surgido sentimento de angústia.

“O distanciamento social e o tratamento on-line não foram tão simples para todo mundo. Pacientes que não dispunham de privacidade em casa ou no trabalho tiveram dificuldades de se conectar virtualmente com o psicólogo porque, sem um espaço privado, sentiam-se expostos a familiares ou colegas de profissão em suas intimidades”, relata a aluna Andreia da Fonseca Araújo, em cujo consultório pelo menos 10% dos enfermos apresentaram-se angustiados.

Além de não disporem de ambiente protegido onde pudessem tratar por meio virtual dos problemas que vivenciavam, essa angústia foi potencializada porque outra opção era abandonar as sessões. “Tive paciente que precisou ir na casa da mãe e outra que pedia para marcar consulta às 7h da manhã, quando o marido saia para o trabalho”, citou Andreia, cujos estudos O Impacto da Falta de Corpo na Psicoterapia On-line e outro sobre Quando a Tecnologia Potencializa a Angústia foram apresentados no Congresso Científico de 2022 da Universidade Metodista de São Paulo a partir de dissertação de Mestrado do também aluno Yanco Paternó de Oliveira.

Eficaz como o presencial

Esses recortes da dissertação buscaram averiguar a aceitação da telemedicina na área psicológica e a conclusão foi positiva. Segundo Andreia, cuidados afetivos como diálogo respeitoso e acolhida on-line com sensibilidade substituíram a presença física do médico em uma clínica. “A ausência do corpo em ambiente físico pode ser suprida com interatividade virtual como ‘vamos tomar um café juntos agora’ ou então ‘percebo que você não está bem, quer pegar um lenço para enxugar as lágrimas?’”, relatou Andreia Araújo, que tinha 38 pacientes na pandemia e 36 quiseram seguir on-line.

Segundo a pesquisa para o Congresso Metodista, entre as resistências quebradas pelas consultas virtuais está o próprio benefício do mundo digital contemporâneo, que dispensa deslocamentos e enfrentamento de trânsito, além de conexão de qualquer lugar e horário a partir da internet. “E a psicoterapia on-line mostrou-se tão eficaz quanto a presencial”, assegurou Andreia da Fonseca Araújo, que também falou sobre A Alteração dos Estigmas da Psicoterapia On-line. As apresentações tiveram mediação do professor Ricardo Durães.

Acompanhe a íntegra das palestras realizadas na noite de 25 de outubro e que abordaram também temas como violência contra mulheres universitárias, reconstrução de RG de homossexuais vítimas de homofobia e ressignificação de traumas infantis.  

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Texto: Malu Marcoccia
Última atualização: 17/02/2023

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