Agilidade e conteúdo completo são mandamentos das novas assessorias de imprensa, diz jornalista
Atender a mídia com agilidade e conteúdo cada vez mais integral é o grande desafio das assessorias de imprensa nesta Era de plataformas on e off-line. Com redações enxutas e jornalistas executando múltiplas tarefas, é bastante efetiva a possibilidade de inserir notícias de clientes na imprensa se o kit for além do básico release e as pautas forem interessantes.
“Não somos assessores de imprensa só na hora de defender um cliente. Temos muitas informações e fatos bons que podem interessar. A imprensa busca pautas negativas, mas também quer temas bacanas”, afirmou a jornalista Ana Lúcia Venerando, ex-aluna da Universidade Metodista de São Paulo, que falou para turmas de Educação a Distância na noite de 6 de outubro sobre Assessoria de Imprensa 4.0.
Com mais de 20 anos de atuação nesse mercado, Ana Venerando mostrou que o termo 4.0 significa a necessidade de conexão entre várias pontas da informação: assessor de imprensa, CEOs da empresa cliente, redes sociais, social mídia e marketing. “É importante alinhar discursos para evitar problemas”, afirmou, citando como exemplo campanha da Vogue sobre a Paralimpíada exibindo atores globais simulando serem atletas portadores de deficiência. Após “chover críticas” nas redes sociais, a Vogue eximiu-se culpando a agência de publicidade, agravando o problema.
Estratégia
O jornalista de AI tem que ter estratégia, aconselhou a palestrante. Seja junto aos gestores do cliente, para que entendam e deem importância ao trabalho do assessor, seja junto às redações.
Junto às empresas clientes é importante extrair novidades e fatos inusitados, além de explicar que a mídia não se resume à Globo. Muitas vezes um caderno setorial ou plataforma regional tem mais impacto do que grandes veículos. “Temos que brecar ideias mirabolantes de clientes que já querem aparecer no Conversa com o Bial. Além disso, é fundamental que a empresa faça realmente o que fala, senão a imprensa vai cair de pau”, sublinhou.
Junto às redações, o esforço deve se concentrar em estreitar relacionamento com jornalistas e ser assertivo no veículo escolhido. Setoristas de veículos impressos e mídias digitais especializadas podem impactar mais para o produto do cliente do que grandes redações nacionais. “Mídia LGBT, jornal só de economia ou a imprensa do Piauí podem dar mais repercussão do que a Globo”, pontuou Ana Venerando.
Demanda bastante presente atualmente, segundo ela, é o press-kit completo. Releases devem ser acrescidos de podcasts, fotos, vídeos curtos e links relacionados ao tema para abastecer as redações, que hoje também se transformaram em multiplataformas. “Facilita o trabalho deles e também o nosso, porque o repórter, hoje multitarefas, vai estar abastecido e não precisa nos ligar a todo momento”, orientou.
Acompanhe a íntegra do encontro com Ana Lúcia Venerando, que hoje cursa Gestão Ambiental na Metodista em busca de novos conhecimentos. A live teve mediação da coordenadora do curso de Jornalismo EAD, professora Tassiane Pinato.