Agente público deve ser um estadista, diz prof. Tunico em lançamento de livro sobre a classe política
Não é preciso ter formação política na essência, mas é necessário pensar como um estadista – algo que não está vinculado a um curso específico. “É necessário a um agente político eleito saber interligar áreas e assuntos diversos. Não pode ser analfabeto. Mas é preciso separar eleição de gestão. O eleito deve ser um estadista, que monte um bom time técnico a serviço de ideias, não de um único partido político”, avaliou professor Tunico Vieira, docente no curso de Direito da Universidade Metodista de São Paulo, no lançamento do livro Quem pode ser político? (Editora Metodista).
A obra de sua autoria busca estabelecer uma interface entre as diretrizes da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) escolar e as competências de um agente político eleito. Professor Tunico já foi duas vezes vereador e secretário de Relações Internacionais em São Bernardo e faz reflexões no livro sobre as duas experiências pessoais – academia e política. Concluiu que, apesar de a democracia abrir a possibilidade de eleição a qualquer pessoa, a educação formal é importante na construção de um agente público, sobretudo porque fornece base para construção de ideias.
“Política é pouco discutida no Brasil. E quando isso ocorre, discutimos pessoas, não ideias”, disse ele, que começou a se interessar por “causas coletivas” já no centro acadêmico da Faculdade de Direito de São Bernardo, onde se formou. Tunico Vieira entende que é a visão do coletivo que forja bons políticos. “Não preciso ser negro ou mulher para entender os problemas desses públicos específicos. Preciso de uma visão geral para promover a equidade entre todos”, sustentou.
Fake news
Na plateia, foi questionada a falta de disciplinas nas escolas que possibilitem a formação política dos jovens. “Me faz mal ver jovens fechados em suas tribos e intolerantes ao diferente”, lamentou professor Tunico.
O docente da Metodista também levantou a discussão da desinformação, tema de grande questionamento no mundo devido a proliferação das redes sociais. Segundo ele, fake news e inverdades são provocadas por inveja, ignorância e vaidade, o que pode levar um agente público a prejudicar ou beneficiar a população “com uma única canetada”.
A noite de autógrafos reuniu na Metodista alunos e docentes de PP, Jornalismo e Direito, representantes da classe política e da OAB regional (Ordem dos Advogados do Brasil). Professores Rita Donato e Luis Ribeiro foram os debatedores. A abertura foi realizada pelos docentes Fernando Shimidt de Paula, coordenador do curso de Direito da Umesp, e Karin Muller, coordenadora do curso de PP e gerente de Marketing da Educação Metodista.
Texto: Malu Marcoccia
Última atualização: 07/05/2024