Acolhimento às pessoas com Síndrome de Down deve começar desde a gravidez, afirma prof. Angélica
Quanto mais cedo a descoberta, maior é a possibilidade de aceitação e construção de compromissos para uma convivência harmônica com a Síndrome de Down. A ciência já permite descobrir desde a gravidez essa alteração genética, por isso a família deve ser o primeiro núcleo de acolhimento e inclusão da criança. “É importante consultar o quanto antes psicólogos e grupos de apoio à síndrome. Por mais que haja bom conhecimento em torno da SD, sempre vai haver individualidade clínica em cada quadro”, afirma professora Angélica Capelari sobre o 21 de março, instituído pelas Nações Unidas como Dia Mundial da Síndrome de Down.
Em entrevista à TV Repórter Diário, a docente do curso de Psicologia da Universidade Metodista de São Paulo e especialista em terapêutica comportamental afirmou que ainda há preconceito de pessoas e escolas devido ao desconhecimento sobre como lidar com a síndrome. Mas acrescentou que é possível em muitos casos construir a autonomia de pessoas com Down, que não é uma doença e, sim, uma condição genética com alteração de cromossomos.
21 de março foi escolhido de forma intencional, representando os três cromossomos número 21 que alteram as células de pessoas com a síndrome. Desde 2012 a ONU busca conscientizar as nações para celebrar a vida das pessoas com SD para garantir que tenham as mesmas liberdades e oportunidades das demais. No Brasil a SD ganhou inclusive um estatuto.
Professora Angélica apontou que na rede pública as UBS e CRAS são as primeiras portas de acolhimento para o Down. Segundo o Ministério da Saúde, a SD é a primeira causa conhecida de discapacidade intelectual, representando aproximadamente 25% de todos os casos de atraso intelectual, traço presente em todas as pessoas com a síndrome. Estima-se que no Brasil ocorra 1 em cada 700 nascimentos, o que totaliza em torno de 270 mil pessoas com Síndrome de Down. No mundo, a incidência estimada é de 1 em 1 mil nascidos vivos.
Acompanhe a íntegra da entrevista no RDTV.
Texto: Malu Marcoccia
Última atualização: 21/03/2023