Maternidade durante a Covid-19 levou 70% ao risco de transtorno mental, indica pesquisa de aluna de Psicologia
Pelo menos sete em cada 10 mulheres que se tornaram mães durante a pandemia de Covid-19 ultrapassaram a linha de risco para desenvolver algum tipo de adoecimento mental. Estudo de aluna de Psicologia da Universidade Metodista de São Paulo sugere que 70% das gestantes e puérperas da pesquisa pontuaram mais que 7 no SRQ (escala SUS para avaliar transtornos mentais comuns), num cenário que se abre em outros dados inquietantes: 43% se sentiram triste o tempo todo nos dois anos de isolamento, 45% disseram ter dormido mal e 53% viveram nervosas e tensas durante o período.
“Além de sintomas inerentes ao isolamento, como solidão, angústia, medo e ansiedade, o confinamento trouxe um lar dividido entre escola e trabalho. Além disso, as mães ficaram como principais responsáveis pelos cuidados domésticos e familiares”, explica Daniele Amiratti, que apresentou pesquisa sobre Maternidade e Pandemia no Congresso Metodista 2022 na noite de 25 de outubro.
Longe da psicoterapia
A amostra envolveu 62 mães do Estado de São Paulo, mais da metade já com um filho e 88% entre 25 e 43 anos de idade. 50% delas compõem metade da renda da família.
Outros fatores negativos das mães de bebês durante a Covid-19 indicam que 50% abandonaram os cuidados com a aparência, 45% tiveram aumento dos serviços domésticos e 82% declararam-se cansadas com essas tarefas do lar. A autora dos estudos Daniele Amirati detectou ainda que, apesar de dois-terços (63%) delas terem apreciado o maior volume de tempo passado com os filhos, poucas se deram conta do risco à saúde: 71% não fizeram psicoterapia e 29% não tiveram interesse em aderir a esse tipo de tratamento. O trabalho teve tutoria da prof. Miria Benincasa.
Acompanhe a íntegra da apresentação.
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Texto: Malu Marcoccia
Última atualização: 26/10/2022