Centralização de poder compromete pequena empresa familiar, mostra pesquisa de Gestão e Negócios
Alguns dos atos mais corriqueiros em pequenas empresas familiares estão na centralização do poder no proprietário e consequente resistência em delegar funções, além de não prepararem sucessores. Não por acaso, estatísticas indicam que 40% dessas empresas fracassam no 1º ano e 60% não passam do 2º exercício de atividades.
“A mistura entre vida pessoal e profissional é uma constante. Algumas soluções estão em separar essas duas vidas, criar departamentos na empresa e dar-lhes autonomia, além de promover reuniões semanais ou mensais com funcionários para debater a organização. Também é importante criar um espaço de escuta”, concluem alunos da Faculdade Lusófona de São Paulo, que compartilharam no Congresso Metodista de 2022 pesquisa sobre A Centralização do Poder em Uma Empresa Familiar: Um Estudo de Caso.
Segundo professor Ari Ricardo de Almeida, coordenador dos cursos de Gestão Financeira e Logística da Universidade Metodista de São Paulo, muitas empresas crescem em torno de um núcleo familiar, às vezes por necessidade de empreender, e nem sempre têm conhecimento técnico para gerenciar o negócio. “Sobretudo as pequenas e médias empresas centralizam o poder”, pontuou ele, que mediou a apresentação do trabalho.
A pesquisa envolveu uma empresa paulista de descartáveis, material de limpeza, artigos para festa e de confeitaria e foi realizada junto a funcionários. Segundo eles, no negócio não há visão de curto, médio e longo prazo e o único controle é o financeiro. As reclamações registradas só ganham atenção se forem recorrentes. A escolha de fornecedores se dá pelo preço, não pela qualidade, e sucessão é assunto proibido.
Entre os problemas de empresas centralizadoras, os alunos mostraram que prevalecem altas burocracias e conflitos desnecessários, o que dificulta atingir os objetivos de crescimento. Também apontaram entre as desvantagens da centralização a tomada de decisões distante dos fatos.
Acompanhe a apresentação.
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Texto: Malu Marcoccia
Última atualização: 9/11/2022