A violência contra as mulheres é um grave problema social e de saúde. Revela-se como significativa ameaça à integridade, atinge diretamente a saúde e o bem-estar gerando agravos que comprometem a vida das mulheres e daqueles com quem convivem. Em qualquer forma ou expressão, representam uma violação aos direitos humanos, sendo um dos desdobramentos mais significativos da violência de gênero. Na prática de prevenção, ressaltar o entrelaçamento entre gênero e saúde é legitimar necessidade de o sistema de saúde se dispor como acesso igualitário, integral e universal. A partir da relevância do tema, a pretensão desta pesquisa é investigar a ocorrência, a incidência e a caracterização do fenômeno da violência contra as mulheres em universitárias; identificar se por estarem na instrução superior e terem maior acesso a recursos sociais e informações, tanto para compreender como combater o fenômeno, reconhecem sua existência; caracterizar o perfil sociodemográfico dessas mulheres; identificar quais são as consequências deste fenômeno para a saúde; e se na percepção das universitárias a violência se revela como um fenômeno de intervenção dos profissionais da saúde. Com este estudo, busca-se investigar também, a compreensão de quais recursos são acionados diante da evidência de violência. No alcance destes objetivos, a presente pesquisa caracteriza-se por ser do tipo quantitativo e qualitativo. Num primeiro momento será proposto um questionário que deverá ser respondido pela população alvo, 200 mulheres, por meio das redes sociais e aplicativos para celular. A tabulação dos dados quantitativos se dará por meio de sistema de planilha eletrônica online que gera automaticamente gráficos com porcentagens de acordo com cada item do questionário. Após, haverá descrição de porcentagens e agrupamentos de acordo com as proporções surgidas. Num segundo momento, será utilizado 2 grupos focais com 8 a 10 participantes em cada grupo, possibilitando que as mulheres possam ampliar informações e evidenciar percepções sobre o tema. As participantes serão mulheres universitárias, com 18 anos ou mais na data da aplicação dos instrumentos. As análises de dados ocorrerão por meio da análise de conteúdo. Espera-se com este levantamento, a partir das próprias mulheres, compreender o fato no contexto local e delimitado da pesquisa em que será possível pensar ações intersetoriais para o enfrentamento deste fenômeno dentro da região do ABC paulista.