Inflação de custos eleva preços no Brasil, explica prof. Borbely a alunos de ADM-Comex
Ao contrário dos anos 1980, quando a procura por produtos estava aquecida, a indústria não tinha capacidade para elevar a produção e a falta de oferta elevava os preços ao consumidor, a inflação atual é de custos. Hoje as fábricas estão até ociosas, porém o custo de produzir no Brasil tornou-se elevado devido à alta do dólar, que encarece as importações e impacta os preços dos insumos.
“A pandemia e mais recentemente a guerra na Ucrânia elevaram a inflação em todo o mundo devido ao colapso no abastecimento mundial e à alta do petróleo. No caso do Brasil, isso é mais grave porque o real ainda enfrenta a concorrência da elevação dos juros nos EUA e Europa, atraindo os investidores para lá”, explica Alexandre Borbely, professor de Economia na Universidade Metodista de São Paulo e especialista em Economia Financeira pela Universidade Mackenzie, que falou a alunos de ADM-Comex presencial e EAD na noite de 12 de maio sobre Como a desvalorização da moeda nacional afeta o preço dos produtos alimentícios.
O docente mostrou que a alta dos juros é o mecanismo de curto prazo mais à mão para o Banco Central tentar segurar os preços, mas que não dá resultados porque a inflação atual não é de demanda. O problema é que essa alta dos juros – hoje a Selic está na casa dos 12% -- penaliza o tomador de crédito, que fica desestimulado de investir em equipamentos e tecnologia para elevar a produção. “E esse cenário também pressiona os preços”, acrescentou.
Confira a íntegra do encontro, realizado dentro do programa Alunos Convidam, apresentado pela coordenadora do curso de ADM-Comex, prof. Cintia Fernandes, e mediado pelos alunos Emily Cervantes Vitorino Mansano e Paulo Vinicius Santos.