A realidade obstétrica no país vem sofrendo alterações significativas nos últimos dois anos. Se, até 1970 os partos tendiam a ser, predominantemente, partos normais (75%), a partir de então, foi crescente o número de cesarianas no país e no mundo. Em 2014, o número de partos cirúrgicos no Brasil chegou a ser de 52% dos nascidos aquele ano, apesar da Organização Mundial de Saúde preconizar que índices superiores a 15% de partos cirúrgicos não indicam proteção à mãe e ao bebê. (WHO, 2014). Os resultados indicaram que a Cesárea Eletiva sem trabalho de parto está associada a prejuízos nas respostas imunológicas de curto prazo, tais como a expressão reduzida de marcadores inflamatórios no recém-nascido. Crianças nascidas por Cesárea Eletiva sem trabalho de parto também enfrentam um maior risco de desenvolver doenças autoimunes tais como asma, alergias, diabetes tipo 1, e doença celíaca. Os objetivos deste estudo são: avaliar o desenvolvimento psicológico de bebês de 0 a 36 meses; comparar o desenvolvimento psicológico de bebês nascidos de cesárea eletiva e parto normal; Investigar, com as mães, as condições socioeconômicas da família, a via de parto e a historia de saúde do bebê; verificar, com cuidadores, o desenvolvimento comportamental e socioafetivo dos bebês enquanto estão nas instituições. Para atingir estes objetivos serão avaliados 200 bebês em creches da prefeitura de São Bernardo do Campo: 100 nascidos de cesárea eletiva e 100 nascidos de parto normal. Os instrumentos utilizados serão: dois questionários, um para ser respondido pela mãe, outro pelo cuidador da creche e a escala de avaliação de bebês Bayley Scales of Infant Development. Estes dados serão analisados estatisticamente. A previsão para o desenvolvimento da pesquisa é de 24 meses após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa.